quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008

Métodos utilizados para avaliação físico-técnica

A avaliação será sempre um processo sistemático e continuo em todas as atividades desenvolvidas pelo ser humano. No futebol, principalmente, ela se reveste de muita importância, tanto para o treinador, quanto para o goleiro, durante as fases de periodização do trabalho.
Somente pôr meio deste comportamento, é que o treinador poderá decidir sobre as possíveis modificações que se fizerem necessárias para a retomada do processo, visando alcançar os objetivos estabelecidos.
“A avaliação implica julgamento, estimativa, classificação e interpretação, fator considerados fundamentais para o processo educacional total”. MATHEWS (in VIANA, 1995:132)
Assim, ficara mais fácil para o treinador optar pelo goleiro que apresentar, efetivamente, melhores resultados quando avaliados nas habilidades motoras, psicomotoras e nos fundamentos técnicos específicos.
Um trabalho bem planejado e executado em concordância com orientações científicas confiáveis, certamente proporcionará a uma equipe a obtenções de resultados positivos. Resultados obtidos com base na improvisação, sempre dependerão do fator sorte, e este jamais será previsível.
Para o goleiro, ela servirá como fonte de informação, uma vez que terá sempre em mão dados positivos ou negativos que poderão auxilia-lo, inclusive, na comparação dos seus resultados com os dos companheiros que disputam com ele um lugar de destaque na equipe.

Características fisiológicas do goleiro

As atividades fisiológicas de um determinado exercício devem estar intimamente relacionadas às atividades do seu esporte. Partindo deste princípio se observa que o goleiro se desloca aproximadamente de 1,5 a 3 km durante uma partida, deste total a sua maioria em piques curtos de 5 a 10 metros, assim como caminhadas lentas pela sua área.
Além de se deslocar o goleiro utiliza muito de saltos explosivos, movimento de braços, rotações, flexões de tronco e pernas, etc..


Aspectos metabólicos do futebol


Custo energético................................................ 0,18 kcal/kg/min
6-14 kcal/min
5 a 12 METs
Consumo médio de O2 durante um jogo.......... 35,5 ml/kg/min
10 METs
17,5 a 42 ml/kg/min.
Capacidade aeróbia máxima............................... 55 a 60 ml/kg/min
Capacidade anaeróbia alática máxima............... 168 ml/kg/min
Sistemas energéticos predominantes
ATP-CP e AL ..................................................................................... 70-80%
AL e O2 ............................................................................................. 20%
O2 ....................................................................................................... 5-10%
Calorias totais na alimentação ....................................................... 5500 kcal/dia
72,5 kcal/kg
Freqüência cardíaca
Média ............................................................................ 154 bpm (79% fcm)
Variação ........................................................................ 128 a 170 bpm (Europa)
No intervalo ................................................................ 90 bpm
No Brasil, níveis mais altos ....................................... 170 bpm
média de 120/170 bpm


Efeitos fisiológicos do treinamento

A prática do futebol induz mudanças fisiológicas em quase todos os sistemas do corpo, particularmente dentro dos músculos esqueléticos e do sistema cardio respiratório. Estas alterações resultam do treinamento que são influenciadas pela freqüência, duração e principalmente, pela intensidade do programa de treinamento e hereditariedade.

Alterações bioquímicas

* Maior conteúdo de mioglobina;
* Maior oxidação de carboidratos (glicogênio);
* Maior oxidação de gorduras;
* Maiores reservas musculares de ATP e PC;
* Maior capacidade glicolítica (sistema do ácido lático).


Alterações sistêmicas

Em repouso
* Hipertrofia cardíaca;
* Menor freqüência cardíaca;
* Maior volume de ejeção;
* Aumento no volume sangüíneo e no conteúdo de hemoglobina;
* Hipertrofia dos músculos esqueléticos.
* Durante o exercício submáximo
* Nenhuma alteração ou ligeira redução no VO2 max;
* Menor utilização do glicogênio muscular;
* Redução no acúmulo do ácido lático;
* Nenhuma alteração ou ligeira redução no débito cardíaco;
* Maior volume de ejeção;
* Redução na freqüência cardíaca;
* Menor fluxo sangüíneo por quilograma de músculo ativo.
* Durante o exercício máximo
* Aumento no VO2 max;
* Maior acúmulo de ácido lático;
* Maior débito cardíaco;
* Maior volume de ejeção;
* Nenhuma alteração ou ligeira redução na freqüência cardíaca;
* Nenhuma alteração no fluxo sangüíneo muscular por quilograma de músculo.


Alterações respiratórias

* Maior ventilação pulmonar;
* Maior eficiência respiratória;
* Aumento nos volumes pulmonares;
* Maior capacidade de difusão.


Outras alterações

* Redução na gordura corporal;
* Redução nos níveis sangüíneos de colesterol e de triglicerídios;
* Queda na pressão arterial durante o repouso e o exercício;
* Maior aclimatação ao calor;
* Maior força de ruptura do osso, dos ligamentos e dos tendões.

A maioria dos efeitos benéficos do treinamento retorna aos níveis de pré-treinamento dentro de 4 a 8 semanas de destreinamento. Alguns benefícios do treinamento, como um maior VO2 máx e uma menor produção de ácido lático durante o exercício submáximo, podem ser mantidos por vários meses com programas de manutenção que consistem em 1 ou 2 dias de exercício por semana.
No entanto podemos considerar outros pontos positivos básicos na prática do futebol como:
* Aumento do VO2 máx;
* Aumento do limiar anaeróbio;
* Freqüência basal reduzida;
* Diminuição da gordura corporal;
* Fortalecimento e melhora do tônus muscular, principalmente membros inferiores;
* Melhora significativa da coordenação;
* Além da melhora de todas as qualidades físicas exigidas.

Alimentação

Mais precisamente, partindo do Consumo Máximo de Oxigênio do atleta, pode-se matematicamente calcular o acréscimo calórico, proporcional ao tempo de trabalho, que lhe deve ser fornecido nos dias de treinamento.
A distribuição das necessidades calóricas, pela natureza dos alimentos, deve, no conceito da maioria dos nutricionistas, compreender 50% de glicídios, 35% de lipídios, 15% de protídeo.
Tal distribuição deverá ser alterada em determinadas condições de treinamento, em processos patológicos e na véspera e no dia da competição.


Repouso

De uma maneira geral, treinadores e fisiologistas, concordam em que 8 a 10 horas de sono por dia são suficientes para a recuperação do jogador e a conseqüente assimilação das cargas. Alguns técnicos, na fase em que há dois treinamentos diários (manhã e tarde) enfatizam a conveniência da sesta, considerada condição importante para a perfeita assimilação da segunda sessão de trabalho.
Voltamos a frisar, a importância da correta observância da aplicação cíclica do treinamento, pois que tão importante quanto o repouso diário é a adequada alternância do esforço com os intervalos de recuperação, sem o que não decorrerá progresso no treinamento.


Regras básicas do atleta de futebol

* Aplicação total aos treinamentos;
* Consciência dos objetivos;
* Repouso de 8 horas diárias;
* Ingestão de 5500 calorias diariamente;
* Dieta leve no dia do jogo;
* Evitar bebidas alcoólicas;
* Não fumar;
* Relações sexuais até 2 dias antes do jogo;
* Saber dosar suas energias em campo;
* Concentração total durante o jogo.
* A vida útil do atleta de futebol e de 14 anos, ou seja, dos 16 aos 30 anos.